Quem foi Jerônimo Mendonça

Quem foi Jerônimo Mendonça?

Jerônimo Mendonça Ribeiro nasceu em Ituiutaba – MG – no dia 1º de novembro de 1939, filho de Altino Mendonça e Antônia Olímpia de Jesus, tendo retornado à pátria espiritual em 26 de novembro de 1989.

Foi um grande trabalhador, palestrante e escritor espírita, que juntamente com Chico Xavier, seu amigo, trabalhou pelas causas sociais e pela divulgação da doutrina espírita. Jerônimo Mendonça, mesmo paralisado em uma cama ortopédica e cego trabalhava arduamente pelo ideal espírita e, por isso, ficou conhecido como O Gigante Deitado.

Jerônimo nasceu em uma família com grandes dificuldades materiais e teve uma infância normal.  Até os 15 anos de idade, Jerônimo frequentou a Igreja Presbiteriana onde fazia palestras. Porém, depois da morte da avó, ele sentiu a necessidade de conhecer mais sobre a vida além-túmulo. Foi quando conheceu a doutrina espírita da qual se tornou adepto e passou a dirigir reuniões e eventos voltado aos jovens.

Aos 17 anos, quando revelou-se um bom jogador de futebol, começou a sentir os sintomas da doença que acabaria por imobilizá-lo, a artrite reumatoide. Aos 19 começou a usar muletas e, sem encontrar uma cura na medicina, parou de trabalhar. Então, ele foi gradativamente a uma cadeira de rodas e depois a uma cama ortopédica. Somando-se a isto tudo, ele teve perda gradativa da visão e problemas cardíacos.

Apesar das grandes dificuldades, ele sempre mantinha o bom ânimo e dava conselhos a milhares de espíritas que vinham para pedir aconselhamentos. Ele viajou o Brasil inteiro graças a um leito anatômico projetado para ele.

Dentre outras instituições, como creches, Jerônimo fundou os centros espíritas: Seara de Jesus, Manoel Augusto da Silva e Lar Espírita Pouso do Amanhecer.

Escreveu os livros: Crepúsculo de um Coração, Cadeira de Rodas, Nas pegadas de um Anjo, Escada de Luz, De mãos dadas com Jesus e Quatorze anos depois (em co-autoria).

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Jerônimo Mendonça e a lição sobre desapego

Um certo dia, um Senhor foi orientado pela irmã de Jerônimo, para que aquele fosse fazer uma visita a seu irmão, e assim o fez. Quando chegou a casa, ele foi convidado a entrar e, ouvindo o barulho do pessoal nos fundos da casa, para lá se dirigiu. As gargalhadas de Jerônimo sobressaíam a distância. O homem estava tão desesperado que ao ouvir os risos virou-se a D.Terezinha e disse, revoltado: “É esse homem que irá me confortar?” Fez-se silêncio, o senhor foi chamado e apresentado. “Jerônimo, aqui está um senhor que veio de São Paulo só para conversar com você. Por certo, desejará fazê-lo sozinho”.

Os jovens se retiraram, e o senhor tomou a palavra: “Olha moço, eu era uma pessoa muito rica até uma semana atrás. Eu tinha uma fazenda com eletricidade, com todo conforto da vida moderna, até campo de aviação. Tinha tudo. Fui tão incauto, que ao fazer a venda da fazenda passei a escritura e recebi uma nota fria”.

Jerônimo estranhou o que era uma nota fria. “Uma duplicata sem valor. Eu não tive nem condições de reclamar. O advogado falou que era perda de tempo. A minha família antes se tolerava porque nós conversávamos por bilhetes, eu nos meus weekends, a minha esposa nos seus chás e os filhos iam aonde queriam. Agora todos vêm em cima de mim, me cobrando o conforto, me cobrando a fazenda; eu não resisto a essa situação. Estava na farmácia justamente comprando um remédio para dar fim à minha vida, quando apareceu um amigo que perguntou:” “ Para que você quer isso?” “Como ele sabia do negócio que eu fiz e do meu desespero, ele falou:” “Eu não admito que você compre esse remédio!” “Eu respondi: Como? Você não manda na minha vida! Aí ele me disse:” “Eu vou deixar, sim,você cuidar de sua vida, se você me prometer que vai conversar com o Jerônimo Mendonça em Intuiutaba. Eu lhe dou a passagem”. “Ele me deu a passagem, aqui estou, mas acho que eu perdi tempo, porque você é uma pessoa feliz, que não sabe o que é o sofrimento alheio”.

Jerônimo lhe respondeu: “Meu amigo, você é uma pessoa que realmente está sofrendo. Você perdeu uma fazenda maravilhosa, mas vamos supor que essa criatura que lhe comprou a fazenda voltasse agora e lhe perguntasse: “Você quer trocar a fazenda por um olho seu?” “Ah! Jerônimo, que bobagem é essa, isso é conversa que se fale!” “Não, o olho não, o olho é muito precioso, então vamos supor… Um braço”. “Ah! Mas que bobagem! Que conversa! Onde já se viu isso? Oh, meu amigo! E cheguei à conclusão que você não é pobre, você não é miserável. Você é arquimilionário das bênçãos de Deus”.

O homem ao sair dali mudou seu modo de pensar, sempre que podia voltava para trocar ideias com Jerônimo, e acabou se tornando um trabalhador da seara espírita.

Jerônimo no cinema – uma lição de bom humor

Quem o conheceu afirma que ele estava sempre rindo, gostava de um bom papo e de cantar também. Certa vez, o Dr. Fritz disse-lhe que ele tinha a doença de três cês – cama, carma e calma. Os amigos sempre levavam Jerônimo ao cinema e também a outros lugares para se distrair.

Estando, certa ocasião, justamente num cinema, uma moça tropeçou em sua cama e “explodiu”: “Mas não é possível! Aonde eu vou, está o aleijado! Vou a uma festa, o aleijado lá! Esse aleijado me persegue! Aonde eu vou, ele está!” Jerônimo pensou consigo: “E agora?! A moça está revoltada, nervosa mesmo. Tenho que lhe dar uma resposta, mas não quero irritá-la mais ainda. O que dizer?” E saiu com essa: “Mas também, minha filha, você não para em casa, hein!” Ela olhou-o atônita e começou a rir. Riram juntos. Ficaram amigos.

Permaneceu assim cerca de trinta e dois anos preso ao leito, paralítico e com a agravante perda da visão. Quase não dormia, aproveitou para estudar bastante o Espiritismo. Quando ficou cego amigos liam para ele. Nunca lhe faltaram bons amigos. Mas certa vez, um repórter lhe perguntou o que é a felicidade. Ele respondeu assim: “A felicidade, para mim, deitado há tanto tempo nesta cama sem poder me mexer, seria poder virar de lado”. Em outra ocasião, ele disse: “Casei-me com a Doutrina Espírita no civil e com a dor no religioso”.

Fonte: O Consolador